Qual é o formato atual da Copa Davis?

Quando a primeira Copa Davis foi realizada em 1900, apenas duas equipes participaram dela – EUA e Ilhas Britânicas. Cada equipe era composta por quatro membros e os americanos venceram a primeira Copa Davis. Na época, ela era popularmente conhecida como o Desafio Internacional de Tênis de Grama. Dwight Davis, da primeira equipe americana na Copa Davis tirou US$ 1000 de seu próprio bolso para fazer uma prataria como a recompensa para o time vencedor da agora popular Copa Davis.

Com o passar do tempo, o torneio alcançou diferentes continentes e, derradeiramente, ganhou estatura para ser um evento global de tênis. Seu impacto foi tão grande que o evento foi considerado o maior palco do tênis fora dos quatro Grand Slams. Popularmente conhecida domo a Copa do Mundo de Tênis, a Copa Davis foi frequentemente citada como uma oportunidade para os jogadores vencerem e trazerem orgulho e glória para suas respectivas nações.

122 anos se passaram e a Copa Davis já presenciou momentos memoráveis, alegres e emocionantes que estreitaram o amor de um jogador pelo esporte e sua afeição por sua nação. No entanto, em 16 de agosto de 2018, a Copa Davis, gerida pela Federação Internacional de Tênis (ITF), passou por um processo que removeu o coração e o cérebro do torneio, deixando apenas um esqueleto.

Por muitos anos, o formato da Copa Davis foi alvo de dúvidas e jogadores e comentaristas sugeriram várias propostas para melhorar o formato da Copa Davis. Vários planos foram discutidos, mas nenhum deles foi aceito e a Copa Davis manteve seu formato tradicional com dezesseis times ao longo de quatro meses num formato de casa-e-visitante.

taça da copa davis

Desde o estabelecimento do ATP World Tour em 1990 e sua restruturação em 2009, o calendário do tênis cresceu e se tornou caótico para os jogadores, frequentemente reclamando do planejamento. Isso eventualmente afastou os grandes jogadores da Copa Davis visando sua recuperação para o restante da temporada. Uma estatística notável que prova este ponto é que a França, que venceu a Copa Davis em 2017, venceu sem enfrentar um jogador do Top 40 do simples nas quatro rodadas da competição. A ITF viu isso como um problema, já que a Copa Davis foi incapaz de gerar a receita que gerou um dia.

David Haggerty, o Presidente da ITF, tomou a grande decisão de mudar a morfologia da Copa Davis. A proposta recebeu suporte financeiro da Kosmos, um Grupo de Investimentos europeu que pertence a Gerard Piqué, e do fundador da Oracle, Larry Ellison (que estava desesperado para organizar as finais da Copa Davis em Indian Wells em 2021). A Kosmos (que tem o suporte do bilionário japonês Hiroshi Mikitani) se comprometeu a investir US$ 3 bilhões ao longo de 25 anos junto com a ITF e traçou grandes mudanças no formato da Copa Davis.

“Este é o começo de um novo estágio, que garante o lugar preeminente e legítimo que a Copa Davis deve ter como uma competição para equipes nacionais enquanto se adapta às demandas do esporte profissional no mais alto nível.” – Gerard Piqué

Representantes de 147 nações foram convocados em Orlando, onde uma votação foi realizada para decidir se a Copa Davis seria ou não reformulada com mudanças radicais. Haggerty & Pique precisavam de 67% dos votos para reformular a Copa do Mundo de Tênis. Com exceção do Aberto da Austrália, todos os outros três Grand Slams foram a favor das mudanças. No entanto, discordâncias vieram de várias nações, como Austrália, Grã-Bretanha, Croácia, República Tcheca, Grécia, Hungria, Polônia, Sérvia e Eslováquia.

A Grã-Bretanha teve um racha, já que a Lawn Tennis Association votou contra as mudanças, mas o All England Club (sede de Wimbledon) votou a favor das mudanças. No final da votação, Bélgica, Países Baixos e Espanha concordaram com as medidas, o que eventualmente impulsionou a contagem de votos a favor da reformulação da Copa Davis para além dos 67%.

“Eu fico feliz em saber que as nações votaram para assegurar o status longevo da Copa Davis. A nossa missão é garantir que esta decisão histórica beneficie as próximas gerações de jogadores pelas décadas que virão.” – David Haggerty

Quando foi anunciado que 71% das nações votaram pelas mudanças, os tenistas souberam que as mudanças na Copa Davis eram inevitáveis e que, em última análise, um jogador de futebol tinha pavimentado seu caminho até o governo das associações de tênis para romper com as tradições da Copa Davis.

A nova Copa Davis começou em 2019, e seu formato é o seguinte:

  • 24 times participam em fevereiro e se enfrentam num formato de casa-e-visitante, o que significa que os times se revezam para receber as partidas se eles já se enfrentaram antes (isto é, a regra do time da casa alternado). Esses times são os 12 times que ficaram entre o 5º e o 16º nas finais do ano anterior e os 12 times que foram os vencedores do Grupo I, que são novamente divididos em 6 times da Europa/África, 3 da Ásia/Oceania e 3 das Américas. 
  • Os times derrotados na quinta semana de fevereiro são relegados aos grupos zonais (Grupos I-IV). Depois, os times do Grupo I recebem em setembro uma rodada no formato robin, enquanto os times dos Grupos II-IV podem escolher se recebem em abril ou setembro.
  • Os 12 times vencedores da quinta semana de fevereiro se qualificam para as finais em novembro. Se juntarão a eles os quatro semifinalistas do ano anterior e dois times curingas, formando um total de 18 times que vão disputar a final. 
  • Na semana final, esses 18 times são divididos em três grupos de seis times que vão competir no formato robin. Os dois melhores times de cada grupo e os times mais bem-sucedidos depois deles (que venceram mais games e sets) compõem os 8 times para as quartas de final, que serão em rodadas de mata-mata. 
  • Os times jogam duas partidas de simples e uma de duplas ao longo de dois dias, e as partidas são de melhor de três sets, e não o formato convencional de melhor de cinco sets. (As rodadas zonais podem reter o formato original de quatro partidas de simples e uma de duplas, mas elas serão restritas à regra de melhor de três sets).
  •  As finais são disputadas num espaço único pré-determinado que receberá as finais em novembro. Em 2019, Madrid foi a escolhida).

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