Qual é a história dos rankings da ATP?
Desde que o tênis ganhou reputação e começou a deixar sua marca globalmente em todos os continentes habitáveis, sempre surgiu a questão de quem seria o melhor tenista de um ano ou de uma era em particular. O sistema de rankings da ATP serve como o guia perfeito para monitorar a performance dos jogadores conforme eles viajam pelo mundo como parte do circuito do ATP World Tour.
Os pontos que cada torneio oferece são divididos meticulosamente, hoje em dia. Os Grand Slams, os torneios Masters e os torneios de nível inferior têm um número fixo de pontos para oferecer para cada jogador com base em sua classificação no torneio. Isso, junto com o método tecnológico de geração de rankings e monitoramento por computadores, tornou mais fácil para tenistas e fãs monitorarem seus gráficos de desempenho. Foi em 1973 que os rankings gerados por computador deixaram sua marca pela primeira vez. Então, antes de 1973, quem decidia qual jogador era o No.1 do Mundo?
ANTES DE 1973
Também é preciso destacar que, em muitas ocasiões, os observadores se esqueciam de adicionar os pontos de um certo torneio, o que também perturbava a harmonia dos rankings.
Um ponto que é importante destacar sobre esse período é que os jogadores profissionais não recebiam rankings antes de 1928. Eram apenas os amadores que eram classificados desde 1877 por oficiais como Karoly Mazak. Nos anos 1920 e 1930, acredita-se que havia muitos professores profissionais na Europa que aceitavam dinheiro para prestar seus serviços a jogadores amadores. Mas como eles aceitavam dinheiro, eles não tinham permissão de participar de torneios profissionais. Contudo, esses jogadores, de algum modo, conseguiram competir em alguns torneios e alcançaram resultados excepcionais. Fontes indicam que esses jogadores também alcançaram o Top 10 em múltiplos veículos de comunicação.
Arthur Wallis Myers, Ray Bowers, Joe McCauley, Bud Collins, Jack Kramer, Lance Tingay e Bobby Riggs são nomes notórios que compilaram suas próprias listas de rankings ao longo dos anos e as publicaram em suas obras literárias.
“A história que levou ao sistema de ranking incluía um ‘sistema de estrelas’ envolvendo os participantes dos torneios. Alguns jogadores entravam numa lista como jogadores que poderiam ajudar a vender ingressos para o evento e eles ganhariam prioridade sobre os outros para serem aceitos nos torneios. Isso causou grande preocupação naqueles que não tinham um grande nome e acabavam barrados dos eventos. Definitivamente, houve algumas batalhas com os torneios por conta desse sistema de estrelas.” – Stan Smith
DEPOIS DE 1973
Em agosto de 1972, parece que a ATP percebeu que seria necessário um sistema novo e definitivo de ranking dos jogadores. Jack Kramer, o primeiro e então diretor executivo da ATP, consultou o Presidente da ATP, Cliff Drysdale, os jogadores e especialistas para elaborar um sistema de ranking novo e prático baseado em computador. Como resultado, em 23 de agosto de 1973, o primeiro ranking da ATP foi publicado, e Ilie Nastase era o primeiro Nº.1 do Mundo.
“Nós não queríamos que o computador fosse usado como um meio de incentivar que o jogador entrasse em qualquer evento em particular. Em outras palavras, era meramente uma maneira de classificar os jogadores de acordo com suas habilidades. Nada mais. Naqueles tempos, nós também dávamos pontos com pesos diferentes de acordo com o ranking do jogador que você vencia. Então, se você vencia um seed, você ganhava mais pontos.”- Cliff Drysdale
Os rankings da ATP, no começo, não foram aceitos de imediato. Os rankings compilados por jornalistas e oficiais ainda eram publicados em intervalos de tempo. Muitas vezes, conflitos aconteciam entre o ranking da ATP e outros rankings. Em 1973 a ATP emitiu 11 atualizações do ranking. Mas em 1979, ela passou a publicar o ranking com mais regularidade, praticamente toda semana. Foi na metade dos anos 90 que os tenistas e fãs decidiram manter o ranking da ATP como o sistema de ranking padrão.
Inicialmente, o método que a ATP propôs para distribuir os jogadores no ranking era chamado de “sistema de média”. Nesse sistema, a quantidade de pontos acumulados pelos jogadores em um ano era dividida por 12. O 12 representa o mínimo de torneios dos quais o jogador deve participar para entrar no ranking.
Mas o sistema de média tinha várias falhas e, consequentemente, em 1990, a ATP anunciou o novo sistema de ranking do “Melhor de 14”, no qual os 14 melhores resultados do tenista eram contabilizados para o seu ranking. Uma década depois, a ATP mudou o número de 14 para 18. Todos os 13 resultados do jogador em Grand Slams e nos torneios Masters combinados com suas cinco melhores performances em outros eventos eram levados em consideração.
Atualmente, a ATP classifica mais de 2000 tenistas ao longo de um período de 52 semanas. Toda semana, um supervisor da ATP fornece aos coordenadores do ranking todos os dados daquela semana em particular. Os coordenadores também adicionam essas estatísticas aos registros competitivos dos jogadores, ao ranking da ATP e a outras estatísticas. Os cálculos agora são mais rápidos e o sistema de ranking da ATP agora é a lista mais confiável do mundo.
“Todo jogador que recebeu um cheque com um prêmio nos últimos 40 anos deveria valorizar a relevância e celebrar a criação do Ranking Mundial da ATP com gratidão. A partir de 1973, o seu status empregatício da semana não estava mais a critério dos diretores do torneio. Em vez disso, um sistema de mérito completamente objetivo determinava se ele jogaria ou não, independentemente de quaisquer outros fatores que não fossem o seu desempenho nas quadras. Enquanto em outros esportes, um treinador determina o seu tempo de jogo – e, derradeiramente, a sua subsistência –, graças ao Ranking Mundial da ATP, o tênis é cruel, às vezes, mas sempre friamente objetivo.”- Weller Evans, ex-diretor executivo da ATP.